sexta-feira, 20 de abril de 2012

"Eram cem ovelhas... Então o bom pastor decidiu contá-las. Era por-do-sol, a noite estava espreitando para ocupar o seu lugar. Tal foi o espanto e a preocupação quando ele viu que faltava uma ovelha no seu aprisco.Deixou as noventa e nove, correu    desabaladamente pelas montanhas, encostas, vales, pedreiras procurando-a. Já estava escuro. Ele mal podia vislumbrar o caminho por onde andava. Estava cansado, com a roupa cheia de lama, de espinhos. Os seus pés estavam cheios de bolhas e a fome apertava seu peito.

As horas angustiantes passavam e a cada barulho seu cortação batia mais forte. Ele a chamava, mas nenhuma resposta. De repente, ele ouve um gemido miúdo, cheio de temor. Seria ela?  Bem, devia verificar. Correu até perto desse som doloroso. Para sua surpresa, ei-la! Era ela!  Estava pendurada entre um penhasco , pronta para cair nas águas negras de um rio profundo. Ele chega, devagarinho, pé por pé,  agarra-a com força, aconhegando em seu peito cheio de saudades e preocupações. Traz de volta para o aprisco, para o lar. Cura suas feridas, unge-as com óleo e a alimenta.

As palavras eram desnecessárias. Bastava somente a alegria de te-la encontrado. O dia amanheceu bonito. O sol parecia brincar em meio a nuvens coloridas. E o bom pastor recomeçou sua lida outra vez.(Vera R.)


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